Primeira tendência apontada na pesquisa permite afirmar que alguns processos do varejo serão virtuais.
Um estudo realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL/POA), em parceria com a MatériaPrima Pesquisa + Ação, os próximos anos serão intensos e trarão mudanças significativas para o setor varejista. A pesquisa, que faz parte das comemorações da entidade pelos 50 anos de atuação, celebrados em agosto de 2010, é uma analise exploratória, qualitativa com dez entrevistas a especialistas no setor, incluindo varejistas, pesquisadores, consultores e representantes do setor público. A primeira tendência apontada na pesquisa permite afirmar que alguns processos do varejo serão virtuais. Se a compra for realizada em ambiente físico o pagamento não será feito em moeda de metal, papel ou plástico, mas sim através de um sinal digital enviado de telefone celular autorizando a movimentação de valores entre a conta do consumidor e a do varejista.
A tecnologia ao alcance das mãos permitirá ver consumidores escaneando códigos de barras no interior da loja, olhando para os preços e fazendo comparativos para esse item instantaneamente. Uma tendência é a implementação de RFIDs (etiquetas com microtransmissores de rádio). Analistas prevêem o surgimento de uma "internet de objetos", onde mercadorias de todos os tipos poderão ser monitoradas em escala global. As definições para a nova tecnologia já estão na enciclopédia livre wikipedia: os leitores de RFID podem ser instalados em aparelhos que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, como os celulares. Colocando um destes celulares em frente a um produto com RFID obtém-se seu preço, por exemplo, assim como suas especificações. O celular também pode ser usado para compras, através da leitura do RFID de um determinado produto. A companhia de cartão de crédito efetua o pagamento através da autorização do celular.
Consumidor
Consumidores estarão usando aplicativos móveis para comunicar sobre sua experiência de varejo em tempo real. Através de redes sociais como o Twitter, consumidores podem postar que uma loja tem uma boa promoção, acelerando suas vendas; outro cliente posta em seu blog sobre o serviço terrível que acabou de receber, fazendo que consumidores migrem para outras lojas ou centros comerciais.
Lojas
É unanimidade dentre os entrevistados que os shoppings não vão extinguir o comércio de rua, sendo que “haverá espaço para todos os tipos de venda”, afirma Atílio Manzolli Júnior, diretor comercial da Manlec. Para Marcus Paim, consultor de varejo e comunicação, uma tendência muito clara é o “resgate da lojinha da esquina”. Segundo ele, grandes redes farão lojas compactas e Express, simplesmente por que todo o modelo baseado no deslocamento e no uso do automóvel começa a ser questionado pelas variáveis: tempo e deslocamento, trânsito e conveniência.
Consumo
Segundo a pesquisa o futuro prevê uma feminização da sociedade e uma masculinização das compras. Preocupar-se com a idade dos consumidores também se faz necessário. Para Maurício Morgado, professor do Centro de Excelência em varejo da FGV, esta realidade acerca do envelhecimento da população também merece atenção por parte do varejo: “De acordo com o IBGE, em 2050 teremos 1 velho para cada criança, a pirâmide vai virar um quadrado”, diz. O público mais velho valoriza etiquetas maiores, produtos ao alcance das mãos, corredores mais largos, espaço para descanso, fácil acesso às áreas comuns, atendimento treinado. Eles dispõem de tempo para se dedicar às compras, vão ao supermercado pelo menos cinco vezes por semana.
Fonte: Exclusivo On Line em 1/9/2010
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